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Doenças e Lesões da Patela
A patela é essencial para a função do joelho, mas é vulnerável a várias condições, como tendinite patelar e condromalácia. Lesões traumáticas e a síndrome da dor patelofemoral também são comuns, afetando a mobilidade e causando dor.
O que é a Patela?
Também chamada de rótula, a patela é um osso de formato triangular, móvel, localizado na parte da frente do joelho dentro do tendão patelar. A palavra patela tem origem na palavra latina patella, que significa pequeno prato, e é o maior osso sesamóide do nosso corpo.
A patela funciona como uma poderosa alavanca que é responsável por aumentar a força do músculo da frente da coxa (o quadríceps) para realizar o movimento de extensão do joelho. Ela e as estruturas adjacentes suportam grandes cargas e são suscetíveis a doenças e lesões. O mecanismo extensor, do qual a patela faz parte, é a estrutura mais importante do joelho. Ele suporta forças que podem atingir de 8 até 12 vezes o peso do nosso corpo.
DOR PATELOFEMORAL
O que é a Dor Patelofemoral?
A dor patelofemoral, também conhecida como Síndrome Patelofemoral ou Síndrome da Dor Patelofemoral, é uma condição caracterizada pela dor na região frontal do joelho, especialmente ao redor ou atrás da patela (rótula), sem que haja comprometimento da cartilagem da patela ou das outras estruturas do aparelho extensor. É uma das principais causas de dor no joelho, especialmente em adolescentes, adultos jovens e atletas.
Causas da Dor Patelofemoral
A dor patelofemoral pode ser causada por uma combinação de fatores que resultam em um mau funcionamento da articulação do joelho, especialmente na interação entre a patela (rótula) e a tróclea do fêmur (sulco onde a patela se move). A causa mais comum da síndrome patelofemoral é o desequilíbrio da musculatura ao redor do joelho, principalmente o encurtamento da musculatura isquiotibial.
Alguns dos principais fatores que contribuem para essa condição incluem:
• Desalinhamento patelofemoral: quando a patela não se move corretamente ao longo da trilha do fêmur, pode causar atrito anormal entre a patela e o fêmur, levando à dor.
• Fraqueza ou desequilíbrio muscular: músculos fracos ao redor do joelho, especialmente os quadríceps, podem levar a um desequilíbrio muscular e desalinhamento da patela, aumentando o estresse na articulação patelofemoral.
• Sobrecarga e uso excessivo: atividades repetitivas ou de alto impacto que envolvam dobrar os joelhos, como correr, saltar, agachar ou subir escadas, podem levar a uma pressão excessiva na patela e nos tecidos ao redor dela.
• Instabilidade patelar: a instabilidade da patela pode resultar em episódios de deslocamento ou subluxação da patela, o que causa dor e pode levar a lesões nos tecidos ao redor.
• Fatores anatômicos: algumas pessoas podem ter uma anatomia patelofemoral que aumenta o risco de desenvolver dor, como uma patela mal posicionada ou um sulco femoral raso.
• Lesões prévias: lesões na cartilagem, tendões ou ligamentos ao redor da patela podem resultar em dor patelofemoral.
• Fatores posturais: posturas inadequadas durante a realização de atividades físicas podem afetar a distribuição do peso e a pressão no joelho.
• Fatores biomecânicos: alterações na biomecânica do corpo como pé chato, joelhos valgos (joelhos para dentro) ou diferenças no comprimento das pernas, podem contribuir para a dor patelofemoral.
Diagnóstico da Dor Patelofemoral
O processo de diagnóstico pode incluir história médica detalhada, exame físico para avaliar mobilidade da patela, força muscular e alinhamento dos membros inferiores, além de testes funcionais específicos. Exames de imagem como radiografias simples, ressonância magnética ou tomografia computadorizada podem ser solicitados para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão da lesão.
Em casos mais complexos, uma avaliação biomecânica pode ser realizada para analisar o movimento e a distribuição de forças ao redor do joelho durante atividades específicas.
Tratamento Conservador da Dor Patelofemoral
O tratamento pode variar de acordo com a gravidade e a causa subjacente da condição. Geralmente, o tratamento inicial envolve medidas conservadoras, como fisioterapia para fortalecimento muscular, alongamento e correção da biomecânica do joelho. Além disso, modificações nas atividades físicas, uso de dispositivos de suporte, como órteses, e medicação para controle da dor e da inflamação podem ser recomendados.
Tratamento Cirúrgico da Dor Patelofemoral
Em casos mais graves ou resistentes ao tratamento conservador, a cirurgia pode ser indicada. A técnica cirúrgica geralmente é feita por artroscopia, visando liberar a banda iliotibial de aderências ou tensões excessivas para aliviar a pressão sobre o tecido inflamado. A recuperação envolve repouso relativo, fisioterapia para restaurar o movimento e fortalecer os músculos, podendo retomar atividades leves em algumas semanas e atividades mais intensas após alguns meses de reabilitação.
LUXAÇÃO PATELAR ou INSTABILIDADE PATELAR
O que é a Luxação Patelar?
Luxação da patela, também conhecida como Instabilidade Patelar, ocorre quando a patela se desloca para fora de sua posição normal, muitas vezes para a parte externa do joelho. Pode ser classificada em dois tipos principais:
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Luxação da patela devido a trauma ou torção, resultando no rompimento das estruturas que mantêm a patela no lugar. Essas estruturas geralmente estão localizadas na parte interna do joelho, como o Ligamento Patelofemoral Medial.
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Luxação da patela sem trauma aparente, que pode ocorrer em casos antigos e aparentemente sem esforço. Isso geralmente está associado a problemas congênitos nos joelhos do paciente, como patela alta, joelho em valgo (joelhos em "X"), problemas de rotação do fêmur e alinhamento anormal da articulação patelofemoral. Essas características aumentam a propensão para a luxação patelar nessas pessoas.
Sintomas da Luxação Patelar
Os sintomas da luxação patelar podem incluir dor súbita e intensa no joelho, inchaço, dificuldade ou incapacidade de esticar ou dobrar o joelho, sensação de que o joelho está "fora do lugar" ou instabilidade na articulação. Além disso, pode haver dificuldade para andar ou apoiar o peso no joelho afetado.
Diagnóstico da Luxação Patelar
O diagnóstico da luxação patelar geralmente é feito com base na história clínica do paciente, exame físico e exames de imagem, como radiografias simples, ressonância magnética ou tomografia computadorizada. Estes exames ajudam a avaliar a gravidade da lesão, verificar se houve fraturas associadas e determinar se há danos nas estruturas ao redor do joelho.
Tratamento Conservador da Luxação Patelar
O tratamento inicial para a luxação da patela, após o primeiro episódio, é geralmente conservador, sem a necessidade de cirurgia. Na maioria dos casos, a patela retorna à sua posição normal durante o trauma. Se não voltar espontaneamente, um ortopedista de pronto-socorro deve reposicioná-la.
Após o reposicionamento da patela, é necessário imobilizar o joelho por aproximadamente duas semanas para permitir a cicatrização das estruturas lesionadas. Após esse período, é crucial iniciar a reabilitação por meio de fisioterapia, com foco no fortalecimento muscular do quadríceps.
Em geral, após a primeira ocorrência de luxação, a cirurgia não é necessária. No entanto, é fundamental manter o fortalecimento muscular para prevenir novos episódios de deslocamento da patela.
A cirurgia para luxação da patela pode ser recomendada em algumas situações específicas:
• Após a segunda luxação da patela, devido ao alto risco de luxações repetidas. Isso pode levar ao desenvolvimento de luxação recidivante da patela, especialmente em pessoas jovens (<15 anos), que têm até 50% de chance de nova luxação após o primeiro episódio.
• Em casos de luxação habitual da patela, em que a patela sai do lugar sempre que o joelho é esticado e retorna quando o joelho é dobrado.
• Mesmo após o primeiro episódio, em atletas de alto rendimento, devido ao risco elevado de recorrência devido ao esforço físico intenso. A cirurgia pode ser considerada para evitar uma queda no desempenho esportivo.
• Quando há uma fratura osteocondral associada, ou seja, uma porção óssea com cartilagem solta dentro do joelho após a luxação da patela. Isso pode formar um corpo livre no joelho, aumentando o risco de pinçamento desse fragmento ósseo na articulação, o que pode levar a complicações como bloqueio do joelho ou lesões adicionais na cartilagem.
Tratamento Cirúrgico da Luxação Patelar
Existem dois principais tipos de cirurgias para tratar a luxação da patela:
- Reconstrução do Ligamento Patelofemoral Medial
Após a luxação da patela, o ligamento patelofemoral medial pode romper. Nesse procedimento cirúrgico, é retirado um enxerto (pedaço de tendão), geralmente do grácil ou semitendíneo, que é fixado nos locais de inserção do ligamento patelofemoral medial na patela e no fêmur. Esse enxerto atua como uma "rédea" para manter a patela no lugar.
- Osteotomia da Tuberosidade Anterior da Tíbia (TAT)
Esta cirurgia é frequentemente realizada em conjunto com a reconstrução do Ligamento Patelofemoral Medial. Ela envolve uma correção óssea para casos em que há um desalinhamento significativo da inserção do tendão da patela na tíbia. Alguns pacientes podem ter essa fixação óssea mais para fora do joelho, o que aumenta a probabilidade de a patela sair do lugar. A correção visa reposicionar essa fixação óssea para dentro, proporcionando uma melhor estabilidade para a patela.
A escolha entre essas cirurgias depende das características específicas do joelho de cada paciente, avaliadas por meio de exames de imagem, como ressonância magnética e tomografia. Com base nestes exames e no exame físico do paciente, é decidido quais procedimentos são necessários para cada caso.
A recuperação após a cirurgia de reconstrução isolada do Ligamento Patelofemoral Medial envolve o uso de muletas para apoio parcial do peso corporal. O arco de movimento do joelho, de flexão e extensão, é liberado logo após a cirurgia, sem restrições, conforme tolerado pela dor.
Exercícios de fortalecimento muscular, especialmente do quadríceps, desempenham um papel crucial na reabilitação. A carga total é permitida assim que a musculatura se fortalece e o inchaço do joelho diminui, o que geralmente ocorre após 2-3 semanas.
No caso de uma cirurgia de Osteotomia da Tuberosidade Anterior da Tíbia (TAT) realizada junto com a reconstrução do ligamento patelofemoral medial, é necessário um período de imobilização de aproximadamente 4 semanas para permitir a consolidação óssea da osteotomia. O uso de muletas é recomendado por 6-8 semanas. O fortalecimento muscular deve ser iniciado conforme tolerância à dor do paciente. O retorno às atividades físicas geralmente ocorre após 4-6 meses após essas cirurgias.
CONDROMALÁCIA PATELAR
O que é Condromalácia Patelar?
A condromalácia patelar é uma condição na qual ocorre o amolecimento e desgaste da cartilagem que reveste a superfície da parte de trás da patela. Essa condição geralmente causa dor e desconforto na região frontal do joelho, especialmente durante atividades que exigem flexão do joelho, como subir escadas, agachar-se ou correr.
É mais prevalente em mulheres e surge devido a um desequilíbrio entre a patela e a tróclea do fêmur, resultando em atrito entre as cartilagens dessas estruturas. A palavra "condro" se refere à cartilagem e "malácia" significa amolecimento de tecido biológico, fornecendo uma compreensão mais clara do significado da condição.
Graus e Tipos de Condromalácia Patelar
• Grau 1: indica amolecimento da cartilagem.
• Grau 2: caracteriza-se pelo desgaste de menos de 50% da espessura da cartilagem.
• Grau 3: representa um desgaste de mais de 50% da espessura da cartilagem.
• Grau 4: indica que toda a espessura da cartilagem está gasta, alcançando o osso subcondral, localizado logo abaixo da cartilagem.
Os tipos de condromalácia patelar incluem:
• Condromalácia traumática, causada por um evento de trauma, como uma pancada ou contusão, desencadeando um processo de desgaste na cartilagem.
• Condromalácia devido ao aumento da pressão entre a patela e a tróclea do fêmur, frequentemente associada a uma condição pré-existente, geralmente congênita, que causa uma tendência da patela a se deslocar para fora de seu eixo normal.
Sintomas da Condromalácia Patelar
Os sintomas da condromalácia patelar variam dependendo do estágio da condição e da gravidade do desgaste da cartilagem. No entanto, os sintomas mais comuns incluem:
• Dor na região anterior do joelho, especialmente ao realizar atividades que envolvem flexão do joelho, como subir e descer escadas, agachar-se, correr ou permanecer sentado por longos períodos.
• Crepitação ou sensação de estalos ao movimentar o joelho.
• Inchaço no joelho, especialmente após atividades físicas.
• Sensação de instabilidade ou fraqueza no joelho.
• Dificuldade em dobrar ou esticar completamente o joelho.
• Rigidez articular após períodos prolongados de inatividade.
À medida que a doença progride, os sintomas podem se agravar significativamente, podendo haver dor nos joelhos mesmo durante o repouso, perda de amplitude de movimento, atrofia muscular e alterações na marcha.
Diagnóstico da Condromalácia Patelar
A condromalácia patelar é geralmente diagnosticada com base nos sintomas do paciente, histórico médico, exame físico e exames de imagem, como radiografias, ressonância magnética ou ultrassonografia. Durante o exame físico, o médico pode realizar testes específicos para avaliar a dor e a função do joelho. Os exames de imagem ajudam a confirmar o diagnóstico e avaliar o grau de comprometimento da cartilagem na articulação do joelho, orientando o plano de tratamento.
Tratamento da Condromalácia Patelar
O tratamento da condromalácia da patela é essencialmente conservador. A dor aguda e a inflamação são tratadas com um período de repouso e modificação de atividades, principalmente a diminuição da atividade física de impacto, uso de analgésicos, anti-inflamatórios e fisioterapia.
Conforme a dor e inflamação vão diminuindo, é iniciada fisioterapia para reabilitação com fortalecimento muscular. Nesse treino, são prescritos exercícios específicos e com proteção da patela durante os movimentos. Esse é o componente principal do tratamento. Se realizado da maneira correta permite completa recuperação do paciente.
O tratamento da condromalácia patelar pode ser complementado com medicamentos condroprotetores. Alguns desses medicamentos são: glucosamina em associação ou não com condroitina ou colágeno do tipo 2. Esses remédios podem trazer benefício ao paciente, mas nunca devem ser utilizados de forma isolada. Os estudos sobre o colágeno tipo 2 mostram que esse produto pode melhorar a dor do paciente com problemas de cartilagem.
Após a melhora dos sintomas da condromalácia, é viável retornar à prática esportiva, desde que acompanhada de um programa contínuo de fortalecimento muscular. A longo prazo, é essencial manter um equilíbrio entre a capacidade muscular e a demanda dos exercícios.
Tratamento Cirúrgico da Condromalácia Patelar
Em casos graves e refratários ao tratamento conservador, a cirurgia pode ser considerada. As opções cirúrgicas incluem:
• Artroscopia: procedimento minimamente invasivo, usado para realizar a remoção de tecido danificado, alisamento da cartilagem ou realinhamento da patela.
• Transplante de cartilagem: em casos de danos extensos à cartilagem da patela, pode ser necessário realizar um transplante de cartilagem para restaurar a superfície articular e melhorar a função do joelho.
• Procedimentos de suavização da cartilagem: diferentes técnicas cirúrgicas podem ser utilizadas para suavizar a superfície da cartilagem danificada, promovendo a regeneração e reduzindo os sintomas da condromalácia.
• Osteotomia: em alguns casos, pode ser realizada uma osteotomia para corrigir desalinhamentos ósseos que contribuem para a condromalácia patelar, ajudando a redistribuir a pressão sobre a cartilagem.
A recuperação após esses procedimentos pode variar de acordo com a extensão da cirurgia realizada e a saúde geral do paciente. Em geral, é necessário um período de imobilização e fisioterapia para restaurar a força e a função do joelho.
O tempo de recuperação pode variar de algumas semanas a vários meses, dependendo da gravidade da condição e do tipo de intervenção cirúrgica realizada. É importante seguir as orientações médicas e realizar o programa de reabilitação conforme recomendado para garantir uma recuperação adequada.
SÍNDROME DA BANDA ILIOTIBIAL
O que é Síndrome da Banda Iliotibial?
Síndrome do atrito da banda iliotibial ou síndrome do trato iliotibial, também conhecida como joelho do corredor, é um problema comum em atletas. A banda iliotibial é um tecido fibroso que se estende do osso da pelve (ílio) até a tíbia, osso abaixo do joelho. Quando esta banda fica inflamada ou irritada, pode causar dor na face lateral do joelho ou do quadril, especialmente durante a corrida ou atividades físicas repetitivas.
Diagnóstico da Síndrome da Banda Iliotibial
O diagnóstico da Síndrome da Banda Iliotibial geralmente é feito com base na história clínica do paciente, sintomas relatados e exame físico realizado pelo médico. Durante o exame físico, o médico pode realizar testes específicos para avaliar a dor e a sensibilidade na região lateral do joelho, bem como verificar a amplitude de movimento e a estabilidade da articulação.
Além do exame físico, exames de imagem como ressonância magnética ou ultrassonografia podem ser solicitados em alguns casos para descartar outras possíveis causas de dor no joelho, como lesões meniscais ou ligamentares.
Tratamento da Síndrome da Banda Iliotibial
Geralmente, o tratamento é conservador. A abordagem para tratar a síndrome da banda iliotibial (ITBS) envolve uma variedade de medidas para aliviar a dor, reduzir a inflamação e corrigir desequilíbrios biomecânicos que podem estar contribuindo para a condição.
Inicialmente, recomenda-se repouso e redução da atividade para permitir a recuperação da região afetada. Evitar atividades que exacerbem a dor, como corrida ou ciclismo, é essencial. O uso de gelo na área afetada pode ajudar a reduzir a inflamação e aliviar a dor. Alongamentos suaves dos músculos da banda iliotibial e dos músculos adjacentes podem ajudar a aliviar a tensão na região.
Técnicas de liberação miofascial e fisioterapia para fortalecimento dos músculos ao redor do quadril, coxa e joelho podem ajudar a corrigir desequilíbrios musculares e melhorar a estabilidade e o alinhamento do joelho. Avaliar e corrigir desalinhamentos ou padrões de movimento defeituosos também é importante. Isso pode envolver o uso de palmilhas ortopédicas ou ajustes na técnica de movimento.
Em casos de dor intensa ou que não respondam ao tratamento, a injeção de medicação anti-inflamatória diretamente no local (infiltração) pode ser prescrita para alívio temporário dos sintomas.
Tratamento Cirúrgico da Síndrome da Banda Iliotibial
Se o tratamento conservador não proporcionar alívio adequado dos sintomas, em casos mais graves, pode ser considerada a intervenção cirúrgica para liberação da banda iliotibial ou correção de anormalidades anatômicas associadas.
O procedimento cirúrgico é geralmente realizado por vídeoartroscopia, procedimento minimamente invasivo, que permite uma recuperação mais rápida, menor dor pós-operatória e menor risco de complicações. A recuperação envolve controle da dor, inchaço e rigidez nos primeiros dias, seguido por fisioterapia precoce para restaurar a amplitude de movimento e fortalecer os músculos ao redor do joelho. Conforme a cicatrização progride, o paciente aumenta gradualmente a intensidade dos exercícios e pode retornar às atividades normais com acompanhamento médico regular.
FRATURA DA PATELA
Como ocorre a Fratura da Patela?
A fratura da patela geralmente ocorre devido a um trauma direto no joelho, como quedas, acidentes de carro, ou lesões esportivas. O impacto repentino e intenso sobre a patela pode causar sua quebra. Em alguns casos, a fratura pode ser resultado de estresse crônico sobre a patela devido a atividades repetitivas ou condições como osteoporose, que enfraquecem os ossos, tornando-os mais propensos a fraturas.
Sintomas da Fratura da Patela
Dor intensa e inchaço no joelho, acompanhados de dificuldade para suportar o peso corporal e estender o joelho, são sintomas comuns. A presença de hemartrose, ou derrame articular, é frequente. Ao tocar a área, é possível sentir os fragmentos ósseos separados. Fraturas expostas requerem atenção especial.
Diagnóstico da Fratura da Patela
Além da história clínica e do exame físico, o diagnóstico de fratura patelar geralmente é feito por meio de exames de imagem, como radiografias simples do joelho.
Em alguns casos, especialmente quando a fratura é mais complexa ou há suspeita de lesões associadas, pode ser necessário realizar uma ressonância magnética ou tomografia computadorizada para uma avaliação mais detalhada. O exame físico também é importante para avaliar os sintomas e a extensão da lesão.
Padrões de Fratura da Patela
Os padrões de fratura podem variar de acordo com a extensão e a direção da quebra óssea e podem orientar o plano de tratamento. Aspectos como o desvio dos fragmentos e o traço da fratura são considerados, pois influenciam na abordagem terapêutica. Por exemplo, quanto maior o afastamento entre os fragmentos da fratura, mais desafiador pode ser o tratamento. Além disso, fraturas podem se apresentar como transversais, em formato de estrela ou multifragmentadas, entre outros.
Padrões de fratura da patela
Tratamento Conservador da Fratura da Patela
Fraturas com desvio mínimo (<2mm), fechadas, com integridade do mecanismo extensor e sem lesões associadas frequentemente são tratadas de forma conservadora. Isso envolve imobilização, geralmente com gesso, por 4 a 6 semanas, seguida de carga gradual conforme tolerado. Após o início da marcha, radiografias adicionais são realizadas para avaliar a manutenção da redução. Se ocorrer deslocamento, a cirurgia é indicada.
Tratamento Cirúrgico da Fratura da Patela
O tratamento cirúrgico das fraturas da patela pode variar dependendo do tipo e gravidade da fratura, bem como das necessidades individuais do paciente. Geralmente, envolve técnicas de fixação cirúrgica para realinhar e estabilizar os fragmentos ósseos. Algumas das abordagens cirúrgicas comuns incluem:
Redução aberta e fixação interna: esta técnica envolve a abertura da pele sobre a fratura, realinhamento dos fragmentos e fixação com o uso de parafusos, fios ou placas de metal.
Vídeoartroscopia: em alguns casos, especialmente para fraturas menores ou fragmentadas, a cirurgia pode ser realizada por vídeoartroscopia, técnica minimamente invasiva.
Fixação externa: em situações de fraturas complexas ou lesões graves associadas, pode ser necessária a aplicação de um dispositivo externo de fixação para estabilizar a fratura enquanto ela cicatriza.
A recuperação cirúrgica passa por várias fases. Logo após a cirurgia, o paciente inicia a reabilitação fisioterápica, que é adaptada individualmente conforme a gravidade da fratura e outras lesões associadas. Em geral, após a cirurgia, o paciente fica imobilizado por 3 a 6 dias antes de iniciar a mobilização. A carga total é liberada em torno de 6 semanas, mas o retorno às atividades pode variar significativamente, podendo ocorrer em 6 meses ou até mais de 1 ano em casos graves.
TENDINITE PATELAR
O que é Tendinite Patelar?
A tendinite patelar, também conhecida como tendinite do tendão patelar ou tendinite patelar, é uma condição em que o tendão que conecta a patela (rótula) ao osso da tíbia torna-se inflamado e irritado. Essa inflamação pode causar dor ao redor da parte frontal do joelho, especialmente durante atividades que envolvem dobrar ou esticar o joelho, como subir escadas, correr, pular ou agachar.
É frequentemente referida como "joelho de saltador". Isso ocorre porque é uma condição comum entre atletas que realizam movimentos que exigem muitos saltos, como os praticantes de salto em altura, salto em distância, voleibol, basquete e outras atividades que envolvem saltos frequentes. Esses movimentos repetitivos podem sobrecarregar o tendão patelar, levando à inflamação e dor na região da patela.
Causas da Tendinite Patelar
A tendinite patelar se desenvolve devido ao estresse excessivo e repetitivo no tendão. Ao longo do tempo, esses estresses causam pequenas lesões nas fibras do tendão patelar. Em resposta, o corpo envia células para a região na tentativa de reparar as lesões.
No entanto, esse processo de cicatrização pode resultar em degeneração do tendão, levando a um aumento do tamanho do tendão, enfraquecimento e espessamento. Como resultado, o atleta pode experimentar dor e inchaço no tendão, afetando sua capacidade de realizar atividades esportivas.
Sintomas da Tendinite Patelar
Os sintomas da tendinite patelar geralmente incluem dor na região anterior do joelho, especialmente ao realizar atividades que envolvem flexão do joelho, como subir e descer escadas, agachar-se ou correr. A dor pode piorar ao subir ou descer ladeiras e ao permanecer sentado por longos períodos.
Além da dor, pode haver inchaço e sensibilidade na região abaixo da patela, e em casos mais avançados, pode ocorrer limitação de movimento e fraqueza muscular.
Diagnóstico da Tendinite Patelar
O diagnóstico da tendinite patelar geralmente é feito com base nos sintomas relatados pelo paciente e em exames físicos realizados por um médico especializado, como um ortopedista. Além disso, exames de imagem, como radiografias, ressonância magnética ou ultrassonografia, podem ser solicitados para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão da lesão no tendão patelar. Esses exames ajudam a identificar possíveis alterações na estrutura do tendão e descartar outras condições que possam estar causando os sintomas.
Tratamento da Tendinite Patelar
O tratamento para a tendinite patelar geralmente segue uma abordagem conservadora, começando com repouso e atividades modificadas para evitar agravar a dor. Compressas de gelo são aplicadas para reduzir a inflamação, enquanto o uso de analgésicos e anti-inflamatórios pode ajudar a controlar a dor e a inflamação.
A fisioterapia desempenha um papel fundamental, com exercícios específicos para fortalecer os músculos ao redor do joelho e melhorar a biomecânica da articulação. Alongamento também é incorporado para melhorar a flexibilidade e a mobilidade.
Dispositivos de suporte, como joelheiras, podem ser utilizados para estabilizar o joelho durante a atividade física. Terapias como ultrassom ou ondas de choque podem ser aplicadas para promover a cicatrização do tendão. Modificações no treinamento, como correção da postura, também são consideradas para reduzir a carga no tendão.
Tratamento Cirúrgico da Tendinite Patelar
A cirurgia para tendinite patelar é raramente indicada, e fica reservada para casos graves ou persistentes, em que o tratamento conservador não foi eficaz. O procedimento cirúrgico é geralmente realizado por vídeoartroscopia, onde é feita e remoção do tecido danificado ou degenerado do tendão patelar, bem como a reparação de qualquer ruptura ou lesão.
Dependendo da gravidade da condição e das necessidades específicas do paciente, diferentes procedimentos cirúrgicos podem ser realizados, como:
Desbridamento do tendão patelar: consiste na remoção do tecido degenerado ou inflamado do tendão para promover a cicatrização e o rejuvenescimento do tecido restante.
Reinserção do tendão patelar: em casos de ruptura parcial ou completa do tendão patelar, o tendão pode ser reparado e fixado em seu local original de inserção no osso da tíbia, ajudando a restaurar a estabilidade e a função do joelho.
Liberação do tendão: quando há espessamento ou aderência do tendão patelar devido à tendinite crônica, a liberação cirúrgica do tendão pode ser realizada para aliviar a pressão e melhorar o movimento do joelho.
Após a cirurgia, a recuperação geralmente segue um protocolo que inclui imobilização temporária do joelho com uma tala ou órtese para proteger o tendão durante a cicatrização inicial. Fisioterapia é iniciada precocemente para ajudar na recuperação da amplitude de movimento, fortalecimento muscular e restauração da funcionalidade do joelho. Exercícios progressivos são introduzidos conforme tolerados, visando restaurar a força e a estabilidade do joelho.
O tempo de recuperação pode variar dependendo do tipo de cirurgia realizada e das necessidades individuais do paciente, mas geralmente leva várias semanas a meses para retornar às atividades normais.
BURSITE PATELAR
O que é Bursite Patelar?
É uma condição caracterizada pela inflamação da bursa pré-patelar, uma pequena bolsa cheia de líquido localizada na parte frontal do joelho, entre a pele e a patela.
Causas da Bursite Patelar
A bursite na patela pode ser causada por diversos fatores, incluindo:
• Trauma direto: lesões ou impactos diretos na região da patela podem irritar a bursa pré-patelar e desencadear uma resposta inflamatória.
• Atrito repetitivo: atividades que envolvem movimentos repetitivos do joelho, como correr, saltar, agachar-se ou ajoelhar-se, podem causar atrito excessivo entre a pele e a bursa pré-patelar, levando à inflamação.
• Infecção: infecções bacterianas ou fúngicas na bursa pré-patelar podem causar inflamação e irritação, resultando em bursite infecciosa.
• Condições médicas subjacentes: doenças como artrite reumatoide, gota ou outras condições inflamatórias podem aumentar o risco de desenvolver bursite na patela devido à inflamação sistêmica que afeta as estruturas ao redor do joelho.
• Sobrecarga ou tensão excessiva: exercícios intensos, treinos inadequados, mudanças repentinas na intensidade ou frequência dos exercícios e sobrecarga crônica podem sobrecarregar a bursa pré-patelar, resultando em inflamação.
Sintomas da Bursite Patelar
A bursite patelar se manifesta com dor na parte frontal do joelho, acompanhada de inchaço, sensibilidade e calor na região afetada. Os sintomas pioram ao dobrar ou esticar a perna, especialmente ao subir ou descer escadas, ou após longos períodos sentado. Em alguns casos, pode ocorrer vermelhidão na área afetada.
Diagnóstico da Bursite Patelar
A bursite na patela é diagnosticada com base na história clínica, exame físico e, às vezes, exames de imagem. O exame físico é realizado para detectar sensibilidade e inchaço, e exames de imagem, como radiografias, ultrassonografia ou ressonância magnética são solicitas para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão da inflamação e definir o tratamento apropriado.
Tratamento Conservador da Bursite Patelar
O tratamento envolve repouso, moderação das atividades e aplicação de gelo para reduzir o inchaço e a dor. Medicamentos anti-inflamatórios e fisioterapia são frequentemente recomendados para fortalecer os músculos ao redor do joelho. Em casos mais graves, podem ser necessárias injeções de corticosteroides ou até mesmo a remoção cirúrgica da bursa inflamada.
Tratamento Cirúrgico da Bursite Patelar
Se o tratamento conservador não proporcionar alívio adequado dos sintomas, em casos mais graves, pode ser considerada a intervenção cirúrgica, conhecida como ressecção da bursa. Nesse procedimento, é removida a bursa inflamada para aliviar os sintomas e prevenir recorrências. A técnica cirúrgica mais comumente usada é a vídeoartroscopia, procedimento minimamente invasivo, que permite uma recuperação mais rápida, menor dor pós-operatória e menor risco de complicações.
A recuperação envolve repouso relativo seguido por fisioterapia progressiva. O paciente pode precisar de uma tala inicialmente para proteger o joelho. A fisioterapia visa restaurar o movimento, fortalecer os músculos e melhorar a estabilidade articular. O tempo de recuperação varia, mas muitos pacientes podem retomar atividades leves em algumas semanas, enquanto atividades mais intensas podem exigir meses de reabilitação.
HOFFITE – EDEMA DA GORDURA DE HOFFA
O que é a Gordura de Hoffa?
A gordura de Hoffa, também conhecida como coxim adiposo de Hoffa ou gordura infra-patelar, é uma camada de gordura localizada atrás do tendão patelar, na parte frontal do joelho. Essa estrutura tem a função de evitar o atrito das estruturas do mecanismo extensor do joelho com o fêmur durante o movimento de flexão.
Síndrome do Edema da Gordura de Hoffa
É uma condição caracterizada pela inflamação da gordura infra-patelar, resultando em dor na parte frontal do joelho. É uma das causas mais comuns de dor patelofemoral. Os sintomas incluem dor ao realizar movimentos de agachamento e ao subir ou descer escadas. Clinicamente, pode-se observar aumento de volume na região da gordura de Hoffa ao lado do tendão patelar, acompanhado de dor à palpação.
Causas do Edema da Gordura de Hoffa
As causas incluem o atrito excessivo entre as estruturas da frente do joelho e o fêmur. Alguns fatores contribuintes são:
• Fortalecimento inadequado da musculatura dos membros inferiores, quadris e tronco.
• Anormalidades no formato do joelho, como joelho valgo, patela alta ou tróclea femoral rasa.
• Padrões de movimento prejudiciais, como o valgo dinâmico, que é a tendência de jogar o joelho para dentro durante movimentos.
• Lesões internas do joelho, como condropatia patelar ou osteoartrite.
• Atividades físicas com intensidade acima da capacidade física.
• Aumento rápido da intensidade de atividades físicas.
• Sobrepeso.
Diagnóstico do Edema da Gordura de Hoffa
O diagnóstico do edema da gordura de Hoffa geralmente é feito com base na história clínica do paciente, exame físico e exames de imagem. Podem ser solicitadas radiografias para descartar outras causas de dor no joelho e, em seguida, recorrer a exames mais detalhados, como ressonância magnética, para avaliar a inflamação da gordura de Hoffa e possíveis lesões associadas.
Tratamento Conservador do Edema da Gordura de Hoffa
O tratamento envolve abordagens conservadoras, como fisioterapia para fortalecimento muscular e correção de padrões de movimento, uso de medicações anti-inflamatórias e analgésicas, aplicação de bolsas de gelo para alívio da dor e adaptação das atividades diárias e esportivas. Procedimentos invasivos, como injeções de medicação ou cirurgia, são considerados apenas em casos refratários, após tentativas malsucedidas de tratamento conservador.
Tratamento Cirúrgico do Edema da Gordura de Hoffa
O tratamento envolve a remoção parcial ou total da gordura inflamada, geralmente realizada por vídeoartroscopia, procedimento minimamente invasivo, que permite uma recuperação mais rápida, menor dor pós-operatória e menor risco de complicações. Isso alivia a pressão sobre as estruturas circundantes e reduz a inflamação.
Após a cirurgia, é necessário um período de reabilitação com fisioterapia para restaurar a função do joelho. O tempo de recuperação varia, e é crucial seguir as orientações médicas para melhores resultados.





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