
Capsulite Adesiva (Ombro Congelado)
O ombro congelado, ou capsulite adesiva, é um processo inflamatório da cápsula do ombro. A cápsula é um tecido elástico que reveste a articulação e produz o líquido sinovial, que lubrifica a articulação. Na capsulite adesiva, ocorre uma inflamação desta estrutura, causando dor e perda de movimento.
O que é Capsulite Adesiva (Ombro Congelado)?
A síndrome do ombro congelado, também conhecida como capsulite adesiva, é caracterizada por uma inflamação na cápsula da articulação do ombro. Essa inflamação provoca um espessamento na região, resultando nos sintomas típicos da condição. Geralmente, a síndrome afeta mais frequentemente o ombro menos funcional do paciente e é mais frequentemente em mulheres.
A principal característica da síndrome é a diminuição da amplitude dos movimentos do ombro, causando uma sensação de rigidez, daí o termo "ombro congelado". Esta restrição de movimento é acompanhada de dor, o que dificulta ainda mais a realização das atividades diárias.
O que causa a Capsulite Adesiva?
As causas muitas vezes são consideradas idiopáticas, ou seja, surgem espontaneamente ou sem uma causa clara. Portanto, ainda não é possível determinar uma ou mais razões específicas para a inflamação.
No entanto, é possível que o desenvolvimento da síndrome esteja associado a outras condições médicas ou a lesões no ombro. Ela também pode surgir em pacientes com doenças crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares, assim como em indivíduos que passaram recentemente por cirurgia no ombro.
Sintomas da Capsulite Adesiva
O sintoma inicial da capsulite adesiva é a dor no ombro. Inicialmente, pode ser confundida com bursite ou tendinite, mas na capsulite adesiva, a dor é mais pronunciada nos movimentos de rotação, como vestir um casaco ou camisa, e outras atividades que requerem rotação para trás do corpo. É comum que a dor seja mais intensa pela manhã e melhore parcialmente ao longo do dia. Também é relatada dor durante a noite ao deitar, tornando difícil encontrar uma posição confortável para dormir.
O curso clínico da capsulite adesiva geralmente segue três fases, com o ciclo total de duração da doença variando de 12 a 36 meses. No entanto, estudos indicam que os pacientes que buscam atendimento médico logo após o surgimento dos sintomas tendem a se recuperar mais rapidamente.
Na primeira fase (inflamatória), o paciente experimenta dor difusa no ombro, que se desenvolve gradualmente ao longo de semanas a meses. A dor muitas vezes piora durante a noite.
Na segunda fase (congelamento), a intensidade da dor diminui, mas é mais prevalente durante os movimentos do ombro. O paciente relata dificuldade em realizar atividades cotidianas devido à restrição de movimento no ombro, como alcançar objetos em prateleiras altas, pegar algo do bolso traseiro das calças, ou prender um sutiã. Esta fase pode durar de 4 a 12 meses.
Na terceira fase (descongelamento), que pode se estender por semanas a meses, há um retorno gradual da amplitude de movimento do ombro, acompanhado de uma diminuição da dor.
Diagnóstico da Capsulite Adesiva
O diagnóstico da capsulite adesiva geralmente se baseia na história clínica e no exame físico. A presença de dor sem uma causa aparente, que progride juntamente com a perda gradual de movimento, é um sinal de alerta. A característica principal é a diminuição progressiva da amplitude de movimento no ombro. Mesmo que seja discreta, a perda de movimento em algumas direções deve levantar a suspeita da doença, especialmente quando associada a dor.
Somente radiologistas experientes conseguem através de uma ressonância magnética identificar esta doença, identificando o processo inflamatório e o aumento da espessura da capsula articular.
Infelizmente muitas vezes os pacientes ficam por meses tratando seu problema como tendinite ou bursite no ombro, quando o diagnóstico correto é de capsulite adesiva.
Tratamento da Capsulite Adesiva
O tratamento da capsulite adesiva deve ser individualizado de acordo com a fase da doença. Pacientes na fase inflamatória apresentam benefício com o uso de anti-inflamatórios, corticóides e infiltração articular.
A fisioterapia contribui para o alívio da dor, mas nesta fase deve-se ter cuidado com manipulações excessivas para que não haja piora do quadro inflamatório.
Caso não haja progresso ou a condição clínica piore pode ser indicado a cirurgia. Importante salientar que a cirurgia só deve ser realizada quando o paciente já passou da fase inflamatória da doença. Quando os sintomas de dor já melhoraram e a principal queixa é a rigidez do ombro.
Quando indicado, o procedimento cirúrgico é realizado por uma técnica minimamente invasiva chamada artroscopia do ombro. Nesta técnica, a cápsula e outras estruturas espessadas e contraídas são visualizadas e liberadas. Com isto, o paciente tem um ganho imediato da movimentação. Após a cirurgia, porém, para evitar que a cápsula cicatrize de maneira contraída, uma boa fisioterapia torna-se necessária.